
Aumentou
de 15 para 17 o número de estados em que a taxa de ocupação de unidades
de terapia intensiva para covid-19 é considerada de alerta baixo (menor
que 60%) no boletim Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado hoje (25).
Por outro lado, a disponibilidade de vagas é considerada crítica (maior
que 80%) na capital Rio de Janeiro e no estado de Goiás.



Segundo levantamento, que se baseia em dados
obtidos em 21 de setembro, o município do Rio de Janeiro atingiu uma
taxa de ocupação de 86% nos leitos de UTI para covid-19, a maior do país
na data analisada. Já em Goiás, o percentual chegou a 84,7%.
De acordo com a Fiocruz, a pesquisa utiliza
dados do município do Rio de Janeiro porque o estado do Rio de Janeiro é
a única unidade da federação a não disponibilizar a taxa de ocupação de
leitos em seu painel público de dados.
A cidade do Rio e o estado de Goiás já
apresentavam situação considerada crítica no boletim anterior, mas os
percentuais se agravaram no estudo divulgado hoje. Em Goiás, o
percentual era de 81,9% anteriormente e subiu 2,8 pontos percentuais. Já
no Rio de Janeiro, havia ocupação de 82%, que aumentou 4 pontos
percentuais.
A pesquisadora Margareth Portela, integrante
do observatório da Fiocruz e especializada em estudos sobre a
utilização, qualidade e custos de serviços de saúde, recomenda que as
localidades em situação crítica não devem adotar mais medidas de
flexibilização. "Há um risco, porque mudanças podem se dar de uma forma
muito rápida", alerta ela, que avalia que a situação geral do país, com
17 estados na classificação verde, é a melhor já observada, mas a do Rio
de Janeiro é de "muita preocupação".
O boletim de hoje traz pela primeira vez
todos os estados da Região Norte na classificação de risco baixo, com
menos de 60% de ocupação dos leitos de UTI. No Nordeste, apenas
Pernambuco (66%) e Ceará (62,1%) estão na classificação amarela (de 60% a
80%), e os demais estados, na verde.
Também receberam alerta intermediário Mato
Grosso (60,5%), Distrito Federal (75,8%), Minas Gerais (63,9%), Espírito
Santo (66,3%), Paraná (71,3%) e Rio Grande do Sul (71,7%). São Paulo,
Santa Catarina e Mato Grosso do Sul foram classificados como alerta
baixo.
Apesar de o risco ser considerado baixo em
17 estados, a pesquisadora pondera: "Não estamos em uma zona de
conforto. Entramos em uma fase de convivência com a covid-19, em que
algumas flexibilizações excessivas podem levar a aumentos substantivos".
Independente do nível de risco para a taxa
de ocupação de UTI, Margareth Portela recomenda que os cuidados com o
distanciamento físico e o uso de máscara não sejam negligenciados.
"Houve em muitos lugares um pico, a gente caiu um pouco, mas não dá para
dizer que estamos em uma zona tranquila. A gente está em uma
estabilidade alta, e com indícios, em alguns lugares, de novo aumento",
reforça ela. "A gente não pode flexibilizar demais. Não podemos ter as
praias cheias, os bares cheios. Não estamos em condições de fazer isso,
independentemente de estar verde, amarelo ou vermelho".
Síndrome respiratória
O boletim traz ainda uma análise referente
às semanas epidemiológicas 37 (de 6 a 12 de setembro) e 38 (de 13 a 19
de setembro) e mostra que a incidência de síndrome respiratória aguda
grave (SRAG) por 100 mil habitantes é considerada muito alta em todas as
unidades da federação. A maior incidência é no Mato Grosso, com 12,1 casos por 100 mil habitantes.
A pesquisa informa que as maiores taxas de
incidência e mortalidade de covid-19 foram observadas nos estados de
Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal, "o que
evidencia a intensa transmissão do vírus na região Centro-Oeste e alguns
estados limítrofes no período mais recente", diz o boletim.
Em relação à incidência, medida pela média
de novos casos confirmados, houve redução significativa no Amapá e em
Santa Catarina. Já quanto à mortalidade, o estudo identificou uma
tendência significativa de diminuição no Amazonas e Roraima.
Informações: Fiocruz
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
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