Com
uma votação folgada, o Senado aprovou, no início da tarde desta
quinta-feira dia 02 de Dezembro de 2021, em dois turnos, a chamada PEC dos Precatórios. No
primeiro turno, o placar foi de 64 votos favoráveis e 13 contrários, já
em segundo turno foram 61 votos a favor e 10 contra.
Para viabilizar a
votação do texto e garantir o mínimo de 49 votos necessários em cada
turno no plenário do Senado, o líder do governo na Casa e relator da
proposta, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), fez de última hora mudanças
significativas na última versão do texto que havia sido aprovado na
última terça-feira dia 30/12/2021 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O governo tinha urgência na aprovação da proposta para tirar do papel ainda este ano o Auxílio Brasil. O programa que vai substituir o Bolsa Família terá pagamento de parcelas com valor médio de R$ 400 reais. Já ficou definido pela matéria que o teto nesse valor do benefício terá caráter permanente e não temporário, apenas em 2022, como a equipe econômica propôs inicialmente. A expectativa é que o programa atenda 17 milhões de famílias.
Na prática, a PEC adia o pagamento de precatórios – dívidas reconhecidas pela Justiça em ações que não cabem mais recurso - pela União.
Em 2022, a dívida prevista é de R$ 89,1
bilhões. Com a PEC o governo passa a ter uma folga financeira para
financiar o Auxílio Brasil. Pela proposta o valor máximo a ser pago em
precatórios no ano que vem é de aproximadamente R$ 39,9 bilhões. Para
aumentar o fôlego fiscal, o texto também altera o cálculo do Teto de
Gastos - limite do aumento dos gastos federais ao Orçamento do ano
anterior, corrigido pela inflação.
Mudanças
No rol de principais modificações feitas pelo relator está a redução do prazo de vigência do limite no Orçamento destinado ao pagamento dos precatórios. Pelo texto aprovado o teto de gastos, que restringe o crescimento das despesas à inflação, terá que ser rediscutido novamente em 2026, a medida contraria o que desejava o ministro da Economia, Paulo Guedes."Em vez de vigorar por todo o tempo do Novo Regime Fiscal, ou seja, até 2036, o sub limite para precatórios irá até 2026, dando tempo suficiente para o Poder Executivo melhor acompanhar o processo de apuração e formação dos precatórios e seus riscos fiscais, mas sem criar um passivo de ainda mais difícil execução orçamentária", explicou o relator sobre a sexta versão do texto.
Outra alteração feita por Bezerra exclui da PEC medidas relacionadas à securitização de dívidas tributárias. "A medida, apesar de meritória, não encontrou consenso no Senado Federal, não havendo prejuízo deixar essa discussão para outro momento", avaliou. Ainda segundo a proposta, o espaço fiscal aberto com a restrição do pagamento dos precatórios e a mudança no cálculo do teto de gastos do governo – um total de R$ 106 bilhões - será inteiramente destinado para fins sociais, como programas de combate à pobreza e extrema pobreza, saúde, assistência social e previdência.
Pressionado por diversos parlamentares o governo já havia retirado do teto de gastos os precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Os recursos devidos a estados e municípios serão pagos em três parcelas anuais. O pagamento será feito conforme uma fila de prioridade organizada por tipo de precatório. As Requisições de Pequeno Valor (RVPs) de até R$ 66 mil. Na sequência, virão as dívidas de natureza alimentícia idosos, pessoas com deficiência e doenças graves.
Rito
Como sofreu alterações, a PEC dos Precatórios terá que voltar para a análise da Câmara dos Deputados. A proposta só pode ser promulgada pelo Congresso Nacional e passa a valer quando deputados e senadores chegarem a um consenso e aprovarem o mesmo texto.Informações: Agência Senado
Via: ebc
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
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