O Brasil fechou
abril com superávit de US$ 19,947 bilhões no acumulado dos quatro
primeiros meses do ano. A corrente de comércio atingiu US$ 182,424
bilhões, refletindo a soma de exportações de US$ 101,185 bilhões e
importações de US$ 81,238 bilhões. Os quatro valores são os maiores para
este período na série histórica, iniciada em 1997. Os dados foram
divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da
Economia, na quinta-feira (05/05).
Somente no mês de
abril, o superávit foi de US$ 8,15 bilhões e a corrente de comércio
alcançou US$ 49,66 bilhões. O saldo foi o segundo maior para meses de
abril, perdendo apenas para os US$ 10 bilhões de abril de 2021. Já a
corrente bateu o recorde histórico do mês, com 24% de crescimento.
Veja os principais resultados da balança comercial
Comparadas ao mesmo mês de 2021, as exportações cresceram 16,7% e somaram US$ 28,90 bilhões. De acordo com a Secex, os preços dos produtos exportados cresceram 19,9%, enquanto o volume diminuiu 8%.
Já as importações
subiram 35,7% e totalizaram US$ 20,75 bilhões, também com alta nos
preços (+34,4%) e redução no volume (-6,9%). Foi o segundo maior valor
para meses de abril atrás apenas de abril de 2013, quando as compras
chegaram a US$ 21,8 bilhões.
As vendas da Indústria de Transformação em abril chegaram a US$ 14,83 bilhões – uma alta de 35% sobre o mesmo período de 2021, pela média diária – e foram as principais responsáveis pelo impulso do valor alcançado pelo país no mês. Os destaques foram as exportações de automóveis e aeronaves, além de carne bovina e carne de aves. Entre os produtos agropecuários, o crescimento das exportações foi de 12,7% no mês, com total de US$ 8,24 bilhões, em movimento puxado por maiores vendas de milho (+655,4%) e café (+53,8%).
Já na Indústria
Extrativa, as exportações diminuíram 10,2%, para US$ 5,69 bilhões. O
freio veio, principalmente, dos negócios com minério de ferro, que
caíram 22,7%. “O minério de ferro alcançou recordes no ano passado,
então essa categoria apresenta redução de preços”, frisou o
subsecretário. Já no petróleo os embarques caíram 23,1%, enquanto o
valor exportado aumentou 3,7%.
No acumulado do
ano, as exportações da Agropecuária subiram 38,8% pela média diária, em
relação ao mesmo período de 2021, e chegaram a US$ 24,645 bilhões.
Também houve crescimento na Indústria de Transformação (+33,4%), que
vendeu US$ 53,796 bilhões. As exportações da Indústria Extrativa
recuaram (-4,1%) e ficaram em US$ 22,280 bilhões.
Do lado das importações, o mês de abril apresentou aumento de 58,1% nas compras da Indústria Extrativa, refletindo principalmente a alta de 150,2% dos preços internacionais, já que o volume diminuiu 39,7%. Também com impacto dos preços, subiram as compras da Agropecuária (+33%) e da Indústria de Transformação (+35,5%).
Considerando o
quadrimestre, o aumento das compras da Indústria Extrativa foi de
136,6%, diante da alta de 121,3% nas cotações internacionais.
“Principalmente, de combustível. O Brasil é um grande importador de
petróleo e derivado e gás natural”, disse Brandão. O volume importado
pelo setor extrativista subiu 28,5%.
Já o volume das
compras das outras categorias caiu, tanto na Indústria de Transformação
(-4,5%) quanto na Agropecuária (-8,6%), apesar de ambas terem aumentos
nos valores importados – de 23,7% e 8,2%, respectivamente.
Em abril, a Secex registrou aumento de vendas para Argentina (+47,8%), Estados Unidos (+32,2%) e União Europeia (+24,1%), com reduções para China (-1,3%) e Oriente Médio (-5,1%). No acumulado do ano, as exportações aumentaram para todos os principais parceiros comerciais, com destaque para União Europeia (+36,5%), Estados Unidos (+32,9%), Argentina (+26,6%) e China (+5,3%), além da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que hoje representa 7,5% do comércio exportador brasileiro (+35,9%).
Do lado das importações, em abril, cresceram as compras de todas as principais origens. O aumento foi de 67,9% dos Estados Unidos, de 37,5% da China, de 31,3% da Argentina e de 12,5% da União Europeia. No acumulado do ano, cresceram as compras da China (+34,1%), dos Estados Unidos (+47,3%), da Argentina (+4%) e da União Europeia (+11,6%).
Guerra na Ucrânia
Herlon Brandão
explicou que as estimativas dos principais organismos internacionais
apontam para redução no comércio internacional, devido ao conflito entre
Rússia e Ucrânia, no Leste Europeu. No Brasil, os impactos foram uma
“queda drástica” do comércio bilateral com a Ucrânia e a redução de mais
de 30% nas exportações para a Rússia. “Uma desaceleração da economia
mundial pode afetar a demanda por produtos brasileiros, mas de uma
maneira heterogênea”, salientou.
Isso porque grande
parte dos produtos que o Brasil exporta respondem pouco a alterações de
renda e quedas do PIB mundial. Como o conflito na região também afetou a
oferta mundial de alimentos, ele observa um crescimento mais acentuado
das vendas brasileiras de alimentos – principalmente grãos, como milho e
soja. O que tende a diminuir são os preços de commodities industriais,
como já vem ocorrendo com o minério de ferro.
Chamou a atenção o fato de que, apesar da guerra, as compras de adubos e fertilizantes da Rússia cresceram 315,9% e chegaram a US$ 526,6 milhões, em abril, com alta de 38,3% na quantidade e de 200,4% no preço. No total do Brasil, foram US$ 2,1 bilhões de compras de fertilizantes, em alta de 318,7% no valor, 81,5% em quantidades e 130,7% em preço.
Confira a
entrevista coletiva da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da
Economia em que foram apresentados os dados da balança comercial -
abril/2022:
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
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