O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou nesta quarta-feira dia 17 de Julho de 2024 o
afastamento do desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR)
Luís Cesar de Paula Espíndola.
A medida foi tomada pelo corregedor nacional
de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, que decidiu investigar o
magistrado por "discurso potencialmente preconceituoso e misógino"
durante uma sessão de julgamento realizada no dia 3 de julho.
Durante o julgamento sobre assédio envolvendo uma menor de 12 anos, o desembargador disse que as "mulheres estão loucas atrás dos homens" e criticou o que chamou de "discurso feminista desatualizado". Na sessão, o magistrado também votou contra a concessão de medida protetiva à adolescente.
"Se Vossa Excelência sair na rua hoje, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens são as mulheres, porque não tem homem. Hoje em dia, o que existe é que as mulheres estão loucas atrás dos homens, porque são muito poucos. A mulherada está louca atrás de homem". afirmou.
O afastamento foi motivado por uma ação da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná. No entendimento do corregedor, o desembargador não pode continuar no cargo, exercendo a presidência da 12ª Câmara Cível, destinada ao julgamento de causas de família.
"Diante da gravidade do caso e a premente
necessidade de prevenir situações futuras em caso de permanência do
desembargador à frente da Câmara que atua nesta mesma matéria, com
atitudes reiteradas de contrariedade às políticas e normativos
encampados por este conselho", afirmou o ministro.
Em nota divulgada após o episódio, o desembargador disse que não teve a intenção de "menosprezar o comportamento feminino".
"Esclareço que nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino nas declarações proferidas por mim durante a sessão da 12ª Câmara Cível do tribunal. Afinal, sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão", declarou.
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: CNJ
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