Trabalhadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) decidiram paralisar as atividades nesta quarta-feira (16/10/2024). A
decisão foi tomada após rejeição da proposta da empresa de reajuste de
2,58%. Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e
Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), a proposta não repõe perdas
salariais acumuladas desde 2018, que somam 16,24%, segundo dados do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese).
A Embrapa propõe ainda o mesmo reajuste de 2,58% para benefícios como
auxílio-alimentação e auxílio-creche, o que na avaliação dos
trabalhadores não têm impacto na redução das perdas. Mas para 2025, a
Embrapa propôs reajuste de 100% da inflação.
O presidente do Sinpaf, Marcus Vinícius Vidal, disse que a paralisação nacional busca “chamar atenção da empresa e da sociedade para as injustiças enfrentadas pelos trabalhadores e para garantir os seus direitos”.
“Foram 16 rodadas de negociação em que a empresa, de maneira
impositiva e inflexível, tentou, ao final, empurrar um acordo bianual e
um pacotão sem diálogo real. Não vamos permitir que a Embrapa divida a
categoria e enfraqueça nossa luta por melhores condições de trabalho e
respeito aos direitos de todos os empregados. A paralisação foi aprovada
pelos trabalhadores e trabalhadoras. Precisamos de valorização e
respeito", explicou Vidal.
Além da recomposição das perdas salariais, os trabalhadores também pleiteiam a implementação de políticas de combate ao assédio moral e sexual na empresa, e a proteção a gestantes e lactantes terceirizadas em ambientes insalubres. Os trabalhadores também querem a concessão de créditos aos técnicos e assistentes em publicações científicas.
Outro ponto apontado como crítico pelos trabalhadores é o que eles classificam como resistência da empresa em atender à demanda pelo Adicional de Escolaridade para Técnicos e Assistentes. Esse adicional seria pago como reconhecimento do esforço na qualificação em cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e até doutorado.
“Essa falta de reconhecimento gera frustração entre os/as trabalhadores/as, que desempenham funções de alta complexidade e contribuem significativamente para o sucesso da empresa”, argumenta o Sinpaf.
Nota
Em nota encaminhada à fonte, a Embrapa
disse que respeita a decisão do Sinpaf, mas destaca que, na rodada de
negociação do dia 26 de setembro, apresentou a sua proposta para
celebração do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026, porém, a
Comissão de Negociação do sindicato negou em mesa a continuidade do
diálogo, "o que fecha, para a empresa, os caminhos de negociação com o
Governo Federal".
"Nessa direção, a Empresa considera relevante a manifestação democrática dos empregados e empregadas sobre a proposta que estava em negociação, o que deveria acontecer por meio de assembleias a serem convocadas pelo sindicato para que se sigam as tratativas necessárias", diz a manifestação da Embrapa.
Ainda de acordo com a empresa, o ACT atual ficará vigente até 31 de outubro. Após essa data, enquanto não houver acordo, a empresa aplicará o que está previsto em normas, no Plano de Cargos e Salários da Embrapa (PCE), em contratos e em leis.
"A Empresa destaca que o acordo que estava em negociação e cuja continuidade foi suspensa pelo Sinpaf trazia ganhos importantes para os empregados da estatal, como a manutenção de conquistas já alcançadas e a inclusão de novos benefícios. E afirma que uma das prioridades da atual gestão, composta por maioria mulher [duas diretoras e a presidente] é priorizar programas e iniciativas que fortaleçam as mulheres, tanto em âmbito corporativo, no caso, as empregadas da estatal, quanto em âmbito de programas e políticas públicas voltadas para mulheres rurais", finaliza nota da Embrapa.
Entre as ações programadas nas diversas unidades da Embrapa para o dia de paralisação estão a distribuição de bananas e morangos como protesto; roda de conversa e doação de sangue de voluntários, além de café da manhã.
Embrapa
Empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária
(Mapa), a Embrapa é responsável por planejar, supervisionar, coordenar e
controlar atividades relacionadas à pesquisa agropecuária e à
formulação de políticas agrícolas. A empresa tem 43 centros de pesquisa
em todas as regiões do país, desempenhando um papel importante no
desenvolvimento agropecuário do Brasil.
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: Sinpaf
Via: ebc
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: Sinpaf
Via: ebc
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