Após ultrapassar os 6,00 reais pela primeira vez na história, o dólar
à vista fechou pouco abaixo deste patamar no Brasil, refletindo nesta
quinta-feira a desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal
anunciado pelo governo.
Apesar da forte pressão no mercado de
câmbio pelo segundo dia consecutivo, o Banco Central novamente optou por
não realizar leilões extras de moeda para acomodar as cotações — uma
prática que tem se repetido nos últimos anos.
Haddad anunciou na véspera o aumento da faixa de isenção do imposto
de renda para quem ganha até 5 mil reais mensais e disse que a
iniciativa será compensada com elevação da taxação para quem ganha acima de 50 mil reais por mês.
Qual é a cotação do dólar hoje?
O
dólar à vista fechou o dia com forte alta de 1,30%, cotado a 5,9910
reais. Esta é a maior cotação nominal de fechamento da história, tendo
superado o recorde da véspera. Em 2024, a divisa acumula elevação de
23,49%.
Às 17h27 o dólar para dezembro — o mais líquido atualmente no Brasil — subia 0,64%, aos 5,9975 reais.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,991
Venda: R$ 5,991
Venda: R$ 5,991
Dólar turismo
Compra: R$ 5,859
Venda: R$ 6,039
Venda: R$ 6,039
O que acontece com o dólar hoje?
Na
noite de quarta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou
em rede nacional as medidas do pacote fiscal, entre elas novas regras de
reajuste do salário mínimo, pagamento de abono salarial apenas a quem
ganha até 2.640 reais e idade mínima para entrada de militares na
reserva. A expectativa é de que as medidas promovam economia de 71,9
bilhões de reais em dois anos e 327 bilhões de reais até 2030.
Os mercados receberam mal, no entanto, o anúncio de que o governo
pretende expandir a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem
ganha até 5 mil reais por mês a partir de 2026, atendendo promessa de
campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo analistas, o tamanho do pacote fiscal ficou dentro do esperado, mas perdeu efeito diante do anúncio concomitante do projeto de reforma do IR, ainda que o governo tenha defendido que a isenção para quem ganha até 5 mil reais por mês será bancada pela cobrança de mais imposto de quem recebe mais de 50 mil reais por mês e pela limitação da isenção de IR de aposentados com problemas de saúde graves que recebam acima de 20 mil reais por mês.
A coletiva de imprensa com autoridades do governo e as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em defesa do pacote nesta quinta-feira não aliviaram o mal-estar entre os investidores.
No pior momento do dia, às 13h13, o dólar à vista marcou a cotação máxima da história de 6,0040 reais (+1,52%).
“O pacote foi uma ducha de água fria”, resumiu Alexandre Espirito Santo, economista da Way Investimentos. “O mercado esperou praticamente três semanas por um pacote de ajuste de corte de gastos. Quando saiu, veio algo dúbio.”
Ainda que o dólar tenha batido nos 6,00 reais, o Banco Central se manteve fora do mercado. Nenhum leilão extra de dólares ou de swaps cambiais foi anunciado, ainda que alguns profissionais ouvidos pela Reuters vissem motivo para isso.
“Sinceramente, para que serve reserva cambial? Reserva serve para você usar em momentos adversos. E este momento está adverso”, disse Espirito Santo.
Questionado pela Reuters sobre o motivo de não atuar para reduzir a volatilidade no câmbio, o BC não se pronunciou até o momento.
No exterior, o feriado nos Estados Unidos reduziu a liquidez no mercado de moedas. Às 17h53, O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — tinha leve alta de 0,05%, a 106,160.
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: Reuters/Infomoney
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: Reuters/Infomoney
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTE E COMPARTILHE. OBRIGADO!