O risco fiscal, em razão de um descontrole das contas
públicas, permanece como principal fator de preocupação para a
estabilidade financeira nos próximos três anos, informaram
representantes de instituições ouvidas pelo Banco Central (BC). O
resultado consta da Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF), publicada
nesta quinta-feira (27/02/2025) e divulgada a cada três meses pelo órgão.
A PEF busca captar a percepção das instituições do setor sobre a
estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN), durante os próximos
três anos. A pesquisa aborda várias dimensões, como riscos prospectivos,
confiança na estabilidade e avaliação sobre os ciclos econômico e
financeiro.
Na pesquisa anterior, o risco fiscal também foi apontado como o maior fator de desestabilização do sistema financeiro. O levantamento divulgado hoje ouviu 91 instituições no período de 13 de janeiro a 5 de Fevereiro.
Para 52% dos que responderam à pesquisa, o risco fiscal foi apontado como o fator mais importante, com destaque para preocupações com a sustentabilidade da dívida pública. No levantamento anterior, o risco fiscal foi apontado como o principal por 42% das instituições.
“Os riscos fiscais, que já eram preponderantes na pesquisa
anterior, ganharam ainda maior relevância, com o aumento do impacto
médio esperado, cuja magnitude é superior à dos outros riscos, e mais da
metade dos respondentes descrevendo-o como o risco mais importante, com
destaque para preocupações com a sustentabilidade da dívida pública”,
diz o levantamento.
Em segundo lugar, vieram os riscos internacionais, citados por 16% dos bancos e corretoras como a preocupação mais importante no momento. Entre as preocupações citadas estão os associados principalmente à política econômica nos Estados Unidos (EUA) e a conflitos geopolíticos.
Em terceiro lugar, aparece o risco de inadimplência e atividade econômica interna, citado por 13%, com aumento de um ponto percentual em relação a novembro. De acordo com o BC, esse tipo de risco também apresenta impacto alto nas avaliações sobre o sistema financeiro.
Quanto à avaliação sobre os ciclos econômico e financeiro, a pesquisa revelou piora na percepção sobre o ciclo econômico, com preponderância de avaliação de economia em contração.
A piora na percepção sobre os ciclos financeiros se reflete em uma menor disposição para tomar riscos e em piora na avaliação sobre preços de ativos e acesso a financiamento e meios de liquidez, acompanhado de aumento na percepção de tendência de queda do hiato de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Infrações: Banco Central
Via: ebc
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