Os dois brasileiros que foram supostamente escravizados
em Myanmar, na Ásia, disseram estar aliviados logo após desembarcarem
na tarde desta quarta-feira (19) no Aeroporto Internacional de
Guarulhos.
As pessoas apontadas como vitimas de tráfico humano, Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e
Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, foram seduzidos por promessas de
emprego na Tailândia, mas acabaram sequestrados e levados a Myawaddy,
cidade de Myanmar, país que vive em guerra civil.
Teriam eles sidos aprisionados, onde contaram que eram obrigados, por uma máfia local
de origem chinesa, a aplicar golpes financeiros, pelo Whatsapp, para
arrecadar recursos para a organização. Caso não conseguissem alcançar
metas, eram torturados.
“Muito difícil estar lá. Eles batiam na gente quase todos os dias.
Tinha máquina de choque também. A gente sofreu bastante. Essas aqui são
marcas das algemas, a gente ficava 17 horas presos assim”, disse Luckas
dos Santos.
“[Agora] eu estou feliz, estou feliz de estar aqui com a minha mãe. Eu sei que ela ficou muito preocupada”, acrescentou.
Antes, Luckas trabalhou nas Filipinas, em uma empresa de games, e depois em um hostel, na Tailândia. Até que encontrou uma proposta de emprego de R$ 8 mil por mês e decidiu aceitar, em outubro do ano passado.
“Eu peço para o pessoal ver bem as oportunidades que eles estão
recebendo, porque, como aqui no Brasil o salário não é tão bom, fica a
ilusão, porque é como se fosse cinco, seis vezes mais [o salário]. E, no
caso, eu aceitei [a proposta] porque eu já estava na Tailândia e eu
estava procurando alguma coisa lá. Um amigo me mandou no grupo, e achei
que era algo sério”, disse.
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Tortura e plano de fuga
Os brasileiros contaram que tentaram fugir do local onde estavam aprisionados, mas acabaram sendo pegos e torturados. O complexo onde eles ficaram era vigiado por cerca de 300 homens armados.
Os brasileiros contaram que tentaram fugir do local onde estavam aprisionados, mas acabaram sendo pegos e torturados. O complexo onde eles ficaram era vigiado por cerca de 300 homens armados.
“A gente não conseguiu fugir. A gente bolou o plano, só que nesse plano a gente tinha que escalar três montes e correr mais 22 quilômetros para tentar cruzar um rio para chegar na Tailândia. Eu consegui escalar um monte. No terceiro monte, veio um guarda com uma faca e mandou eu voltar. E foi isso. Eles pegaram todo mundo”, disse Phelipe.
“Aí, eles espancaram a gente, tanto que eu tenho aqui [mostrando um hematoma]. Minhas pernas também estão todas roxas. Espancaram a gente. E ficaram ameaçando a gente, falando que a gente nunca ia sair de lá, que a gente iria morrer”, acrescentou.
Segundo Phelipe, a saída deles do local ocorreu com a ajuda da ONG Exodus Road Brasil e um acordo com o Exército Budista Democrático Karen (DKBA), grupo rebelde armado que domina a região onde fica a máfia que escravizou os brasileiros .
O jovem esperava mais apoio das autoridades brasileiras na operação de resgate e informou que as passagens de volta foram pagas pelo Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores foi procurado nesta quarta-feira (19), mas ainda não se manifestou. No último dia 12, em nota, o ministério informou que, por meio das embaixadas em Yangon, no Myanmar, e em Bangkok, na Tailândia, vinha solicitando os esforços das autoridades competentes, desde outubro do ano passado, para a liberação dos brasileiros.
O Itamaraty acrescentou que busca conscientizar os brasileiros que buscam emprego no exterior sobre os riscos do tráfico e contrabando de pessoas, com guias online e informes sobre os perigos das ofertas de empregos no Sudeste Asiático.
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: ebc
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Informações: ebc
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