Em
evento neste sábado dia 17 de Junho de 2023, em Belém, Lula da
Silva deve anunciar as primeiras medidas relacionadas ao processo de
organização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em 2025. O evento será realizado
na capital paraense, para isso o governo gasta uma verdadeira fortuna custeada pelo dinheiro do contribuinte, justamente no estado que mais agride o meio ambiente.
A candidatura do Brasil, oficializada em Maio, recebeu apoio praticamente unânime dos demais países
sul-americanos, uma exigência das Organização da Nações Unidas (ONU)
para a escolha, e deve ser oficialmente confirmada no fim do ano,
durante a COP28, em Dubai. Apesar disso, o processo de organização já
está em curso.
A realização de um evento do porte de uma
COP vai exigir um "grande esforço" e grandes somas de dinheiro publico da cidade-sede e do país. Segundo o
secretário de Clima, Energia e Maio Ambiente do Ministério das Relações
Exteriores (MRE), André Corrêa Lago, são esperadas dezenas de milhares
de pessoas em Belém.
“Todas as cidades que convidam para que a
COP aconteça têm que fazer um grande esforço para o evento. É um evento
que, nos últimos anos, tem uma média de 40 mil a 50 mil pessoas durante
duas semanas. É a maior conferência das Nações Unidas”, afirmou a
jornalistas durante entrevista coletiva, em Belém. A maior parte dessas
presenças são de integrantes das sociedades civis dos países, como
entidades, cientistas e movimentos sociais.
Com isso, Belém, assim como outras cidades
que já abrigaram o evento, precisa se organizar em termos de
infraestrutura, capacidade hoteleira, restaurantes, transporte e
aviação.
“Pelo que tenho visto, o governador está
consciente disso, o presidente Lula também. Esse evento é uma ocasião
muito importante para assegurar que Belém tenha melhorias”, acrescentou o
secretário de Meio Ambiente do Itamaraty. Segundo ele, outras cidades
ganharam com melhorias em trânsito e em infraestrutura.
Por ser um evento da ONU que pode reunir
presencialmente mais de 100 chefes de Estado, há todo um protocolo
rígido de segurança, mas também de sala de evento, com diferentes
padrões de tamanho de acordo com a importância das autoridades, entre
outras regras.
Países Amazônicos
A capital paraense também se prepara para
realizar, no dia 8 de agosto, a reunião dos oito países integrantes da
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Participam os
presidentes de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru,
Suriname e Venezuela. Um documento aprovado no encontro será apresentado
durante a próxima Assembleia das Nações Unidas, em setembro, em Nova
York (EUA).
Segundo o embaixador Corrêa Lago, a ideia
deste evento é fortalecer a OTCA, que é uma organização pouco conhecida e
ainda pouco atuante no cenário internacional. Ele crê que uma nova
dinâmica para esta articulação de países possa “acentuar a possibilidade
de a Amazônia ser solução para o mundo” em termos de proteção
climática.
Metas mais ambiciosas
Pela primeira vez realizada na Amazônia, a
COP Belém, em 2025, será o marco de 10 anos do Acordo de Paris, a
principal convenção climática da ONU, assinada em 2015 durante a COP21,
na capital francesa. O documento estabeleceu metas para a redução de
emissões de gases causadores do aquecimento global. De acordo com Lago,
há uma grande expectativa internacional sobre esta futura reunião da ONU
no Brasil.
“A COP de Belém vai ser a COP 10 anos depois
de Paris. Então, é uma COP que vai ser extremamente importante, porque é
uma conferência na qual os países são supostos a adiantar maiores
ambições climáticas. Todos os países do mundo têm que apresentar, em
Belém, na COP30, em 2025, ambições maiores de combate à mudança do
clima”, destacou.
A última atualização da meta do Brasil no Acordo de Paris ocorreu em 2020,
com cinco anos da vigência do tratado climático. Na época, o governo
determinou que a chamada Contribuição Nacional Determinada (NDC, da
sigla em inglês), será a neutralidade nas emissões de gases do efeito
estufa até 2060.
Neutralizar a emissão de gases de efeito
estufa, segundo o Acordo de Paris, significa mudar a matriz energética
para fontes sustentáveis que não dependem de queima de combustíveis
fósseis e que façam com que o clima não exceda a média atual em 1.5 grau
Celsius (estimativa agressiva) ou 2.0 graus Celsius (estimativa
conservadora).
É uma mudança na economia, eliminando
combustíveis fósseis e outras fontes de emissões de gás carbônico onde
for possível nos setores de transporte, geração de energia e na
indústria. Para outras fontes, a cada tonelada de gás carbônico emitida,
uma tonelada deve ser compensada com medidas de proteção climática, com
o plantio de árvores, por exemplo.
Até então, a Contribuição Nacional
Determinada (NDC, da sigla em inglês), ratificada pelo governo
brasileiro, em vigor desde 2015, previa que até 2025 as emissões de
gases de efeito estufa seriam reduzidas a 37% em relação a 2005, ano em
que o país emitiu aproximadamente 2,1 bilhões de toneladas de gás
carbônico. Para 2030, a meta seria uma redução de 43%.
Acordo de Paris
Em 2015, o Brasil se juntou a mais de 190
países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima na assinatura do chamado Acordo de Paris. Pelo acordo, que foi
resultado de mais de 20 anos de negociação, as nações definiram
objetivos de longo prazo para limitar o aquecimento da temperatura
global em níveis abaixo de dois graus Celsius, se possível a 1,5 grau,
até o final deste século. A partir dos compromissos do Acordo de Paris, o
Brasil definiu a sua NDC.
A meta considera os níveis pré-revolução
industrial (1750) implementada a partir de 2020. A redução significativa
do aquecimento global e o cumprimento dos compromissos do Acordo de
Paris ainda estão entre as metas dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS), com o qual o Brasil também se comprometeu até 2030.Post: G. Gomes
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Informações: ebc