O
número de cervejarias registradas no Brasil cresceu 12% em 2021 na
comparação com o ano anterior, mostra a mais nova edição do Anuário da
Cerveja, lançado hoje (31) em São Paulo, pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa). O levantamento indica que existem
1.549 estabelecimentos do tipo no país. Em 2020, primeiro ano da
publicação, eram 1.383 cervejarias. Em relação a 2000, quando existiam
40 unidades, o crescimento do setor é de 3.678%.

Em 2021 foram registrados 200 novos
estabelecimentos, enquanto outros 34 cancelaram o registro. Houve,
portanto, um aumento real de 166 cervejarias em relação a 2020. A
secretária-executiva adjunta do Mapa, Mara Papini, destacou que, "apesar
da pandemia, das dificuldades,” há motivos para comemorar os números e
que o ministério tem se empenhado em desenvolver o setor.
O Mapa é o órgão responsável por registrar e
autorizar as cervejarias a funcionarem, considerando a atividade e
linha de produção, bem como a capacidade técnica e condições higiênico
sanitárias. Todos os estabelecimentos produtores, padronizadores,
engarrafadores, atacadistas, exportadores e importadores devem ser
registrados, assim como todas as bebidas produzidas no país. O
certificado de registro tem validade de 10 anos.
Análise por região
As regiões Sul e Sudeste reúnem 85,8% dos
estabelecimentos, somando 1.329. São Paulo, novamente, lidera o total de
cervejarias, com 340 unidades. Em seguida está o Rio Grande do Sul, com
285, e Santa Catarina, com 195 cervejarias registradas. Os estados com
maior crescimento no número de cervejarias em 2021 foram Rondônia, que
agora tem três cervejarias, Acre, que passou de uma para duas unidades, e
Piauí, que agora tem cinco cervejarias.
O levantamento mostra ainda a densidade de
cervejarias por habitantes. Santa Catarina tem o maior indicador, com um
estabelecimento para cada 37.633 habitantes. Em nível nacional, o
Brasil tem uma cervejaria registrada para cada 137.713 habitantes.
“A nossa cadeia produtiva é extensa, ela vai
do campo ao copo. [Representa] 2,02% do PIB, uma massa salarial de 27
bilhões de reais por ano, uma geração de tributos da ordem de R$ 25
bilhões. O setor é resiliente, passou bem pela pandemia, com percalços
pontuais”, pontuou Luiz Nicolaewsky, superintendente do Sindicato
Nacional da Cerveja (Sindicerv). Ele avalia que há margem para
crescimento no setor. “Você tem uma nova geração, que demanda novos
produtos. Tem algo que a gente explora pouco ainda que é o turismo
cervejeiro”, propõe.
Exportação
O anuário aponta que houve um aumento de 66
milhões de quilos do volume exportado em relação ao ano anterior,
representando um faturamento de mais de 131,5 milhões de dólares. A
América do Sul corresponde a 99% das vendas, tendo o Paraguai como
principal destino, seguido por Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai.
Em relação à exportação, em 2021, o volume
importado somou mais de 18 milhões de quilos, representando 15 milhões
de dólares. Na avaliação do Mapa, verifica-se a diminuição do consumo de
cervejas estrangeiras influenciado pelo aumento da oferta do produto
nacional.
Apesar de o mercado brasileiro estar
concentrado em três grandes indústrias, Ambev, Heineken e Petrópolis,
destaca-se o movimento de microcervejarias. “[O consumidor] busca
produtos diferenciados, que antes tinham que ser importados, mas com
esse movimento cervejeiro, esse produtos de qualidade começaram a ser
fabricados no Brasil, ganhando muito prêmios internacionais, inclusive”,
relata Glauco Bertoldo, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos
de Origem Vegetal do Mapa. Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
Informações: MAPA