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20 junho, 2012

A Culpa é do Abutre ! Por Luis Carlos A. Hora.

Criança que morre,
nada adianta que chores,
seu igual não socorre.
Breve, transformada em pasto,
destino nefasto!

Não condene,
nem julgue,
sinto muito, desculpe,
cumpro apenas minha sina,
de ave de rapina.

A imagem da impiedade,
de uma dura realidade,
de uma triste humanidade.
Homem, iníquo,
Justificas o banimento do paraíso.

Não condene,
nem julgue,
sinto muito, desculpe,
cumpro apenas minha sina,
de ave de rapina.

Sob a luz do sol escaldante
por inanição inclemente,
sucumbe, aos poucos, infante.
Apresenta-se só pele e osso
nesse cenário insosso.

Não condene,
nem julgue,
sinto muito, desculpe,
cumpro apenas minha sina,
de ave de rapina.

Em tão tenra idade,
qual vileza fizera,
nesta maldita terra,
neste mundo cão,
merecedora da suprema expiação?

Não condene,
nem julgue,
sinto muito, desculpe,
cumpro apenas minha sina,
de ave de rapina.

Homem, nem mesmo por mágica
ou qualquer argumento de metafísica
ocorrência terrivelmente trágica
terá aos olhos do Pai Eterno guarida
determinando, por certo, ao inferno sua partida.

Não condene,
nem julgue,
sinto muito, desculpe,
cumpro apenas minha sina,
de ave de rapina.

A exploração do homem pelo homem
sem para o pão vintém
perecem porque não comem.
Veja bem, e memorize, ledor,
inocente pagando pelo pecador.

Não condene,
nem julgue,
sinto muito, desculpe,
cumpro apenas minha sina,
de ave de rapina.

Chegado o Juízo final
humanidade, que demonstrou seu lado bestial,
é altamente provável que alvitre,
quando do julgamento pelo Pai Celestial:
a culpa é do abutre!





Agosto de 2001.
O Autor: Luís Carlos de Almeida Hora
Bacharel em Direito
Delegado da Polícia Civil de Rondônia

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