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06 outubro, 2017

Inacreditável: Brasileiro tem tendência a apoiar autoritarismo, diz pesquisa

(Foto Fernando Frazão/Agência Brasil)

O brasileiro tem a tendência de apoiar teses autoritárias. É o que mostra o estudo “Medo da Violência e Autoritarismo no Brasil”, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança no Brasil” e divulgado nesta semana. De acordo com os dados obtidos, a propensão a apoiar o autoritarismo no país é, em média, de 8,1, um valor considerado alto em uma escala de zero a dez.

Como é feito o cálculo?

O estudo usou como base a escala psicométrica criada por Theodor Adorno, sociólogo e psicólogo alemão, em uma versão adaptada. O índice obtido pelo estudo foi construído de acordo com a concordância dos participantes em relação a 17 frases, que se encaixam em três perfis: convencionalismo, submissão a autoridades e agressividade autoritária. No primeiro perfil, por exemplo, está a frase “A maioria de nossos problemas sociais estaria resolvida se pudéssemos nos livrar das pessoas imorais, dos marginais e dos pervertidos”. No segundo perfil há afirmações como “Todos devemos ter fé absoluta em um poder sobrenatural, cujas decisões devemos acatar”, enquanto o terceiro apresentou afirmações como “O policial é um guerreiro de Deus para impor a ordem e proteger as pessoas de bem”. Entre os três grupos, o índice obtido em cada uma delas foi 7,36 para o convencionalismo, 8,08 para a submissão a autoridades e 6,5 para agressividade autoritária.

Os resultados mostram que a tendência ai perfil de submissão a autoridades é maior entre as pessoas menos escolarizadas, com menor renda, entre os mais velhos, os pardos, as pessoas da região Nordeste ou quem vive em cidades menos populosas. Outro ponto mostrado pela pesquisa é que a inclinação ao autoritarismo tem crescido em jovens da faixa dos 16 aos 24 anos. O número registrado foi consideravelmente maior do que nas faixas seguintes, de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos).

A pesquisa entrevistou 2.087 pessoas com mais de 16 anos de 130 municípios entre 7 e 11 de março.

O Medo explica e justifica

A pesquisa também questionou as pessoas sobre o medo que elas possuem de sofrer atos de violências como assaltos, agressões sexuais e roubos. Nesse quesito, a escala vai de 0 (nenhum medo) a 1 (muito medo) e o índice obtido foi de 0,68. Segundo especialistas, isso ajuda a explicar o perfil encontrado com as entrevistas a cidadãos brasileiros. “O medo é estruturante das relações sociais. E, numa conjuntura de muitos crimes e desemprego, as pessoas se sentem inseguras e ameaçadas. O conservadorismo aparece quando elas não confiam que as instituições e políticas vigentes possam lhes trazer segurança”, explica o sociólogo Sérgio Adorno, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

Para a psicóloga social Maria José Tonelli, a ausência da proteção que o cidadão deveria receber do Estado em troca de sua liberdade faz com que as pessoas busquem ideias autoritárias. “Quando o pacto social deixa de proteger os indivíduos e garantir suas necessidades, eles passam a buscar soluções aparentemente mágicas. É aí que ocorre a adesão a teses totalitárias, sem a mediação da racionalidade”, explica.

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Informações: Yahoo/ Folha de S. Paulo
Post: G. Gomes
Canal: www.deljipa.blogspot.com.br

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