

“Essa reversão [do saldo negativo em julho
no ano passado para superávit em 2020] decorreu de alta de US$ 5,7
bilhões no superávit da balança comercial de bens e das reduções de US$ 4
bilhões e de US$ 1,6 bilhão nos déficits em renda primária e serviços,
na ordem”, disse relatório do BC.
Nos sete meses do ano, as transações
correntes tiveram déficit de US$ 11,798 bilhões, contra o saldo negativo
de US$ 30,988 bilhões em igual período de 2019.
Em 12 meses encerrados em julho, o déficit
chegou a US$ 31,737 bilhões (2% do Produto Interno Bruto – PIB, a soma
de todos os bens e serviços produzidos no país), ante US$ 43,155 bilhões
(2,65% do PIB) até junho deste ano.
Balança comercial
Em julho, as exportações de bens totalizaram
US$ 19,652 bilhões e as importações, US$ 12,269 bilhões, resultando no
superávit comercial de US$ 7,383 bilhões, contra US$ 1,653 bilhão no
mesmo mês do ano passado. De janeiro a julho, o superávit comercial
chegou a US$ 26,223 bilhões, ante US$ 23,910 bilhões do mesmo período de
2019.
Serviços
O déficit na conta de serviços (viagens
internacionais, transporte e aluguel de equipamentos, entre outros)
atingiu US$ 1,819 bilhão em julho, ante US$ 3,439 bilhões em igual
período de 2019. Nos sete meses do ano, o saldo negativo chegou a US$
12,232 bilhões, resultado menor que o registrado de janeiro a julho de
2019, de US$ 20,860 bilhões.
Viagens internacionais
O resultado das viagens internacionais - que
fazem parte da conta de serviços - ficou negativo em US$ 127 milhões,
contra US$ 1,3 bilhão. Esse saldo é formado pelas receitas de
estrangeiros (US$ 140 milhões em julho) no Brasil e os gastos de
brasileiros no exterior (US$ 267 milhões). De janeiro a julho, as
despesas superaram as receitas em US$ 1,769 bilhão, contra o saldo
também negativo de US$ 7,030 bilhões em igual período de 2019.
As viagens internacionais têm sido afetadas
pelas restrições de entrada e saída dos países e pelas medidas de
isolamento social, necessárias para o enfrentamento da pandemia de
covid-19.
Rendas
Em julho de 2020, o déficit em renda
primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a
US$ 4,148 bilhões, contra US$ 8,165 bilhões no mesmo período de 2019.
De janeiro a julho, o saldo negativo ficou em US$ 27,276 bilhões, ante US$ 34,410 bilhões em igual período do ano passado.
A conta de renda secundária (gerada em uma
economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares,
sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$
211 milhões, contra US$ 161 milhões em julho de 2019. Nos sete meses do
ano, o resultado positivo chegou a US$ 1,487 bilhão, ante US$ 1,168
bilhão em igual período de 2019.
Investimentos
Os ingressos líquidos em investimentos
diretos no país (IDP) somaram US$ 2,685 bilhões no mês passado, ante US$
5,328 bilhões em julho de 2019.
De janeiro a julho, o IDP chegou a US$
25,527 bilhões, ante US$ 36,475 bilhões nos sete meses de 2019. Nos 12
meses encerrados em julho de 2020, o IDP totalizou US$ 62,555 bilhões,
correspondendo a 3,94% do PIB, em comparação a US$ 65,198 bilhões (4,01%
do PIB) em junho.
De acordo com o chefe do Departamento de
Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o IDP “foi bastante
atingido pelos efeitos da pandemia”, devido à situação de incerteza
sobre a volta da atividade econômica à normalidade, tempo de duração do
contágio da doença e letalidade. “Os investimentos diretos são de mais
longo prazo e flutuações na atividade econômica de curto prazo têm um
impacto menos relevante. Mas no caso da pandemia, houve impactos
econômicos inéditos e muito incerteza” disse. Ele acrescentou que fluxos
de IDP foram interrompidos, principalmente em abril.
Em julho, os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos (descontadas as saídas) de US$ 885 milhões, dos quais US$ 333 milhões em títulos de dívida e US$ 553 milhões em ações e fundos de investimento.
Nos sete primeiros
meses de 2020, houve saídas líquidas de US$ 30,626 bilhões, contra
ingressos líquidos de US$ 14,073 bilhões, em período similar do ano
passado.
Superávit é de US$ 1,6 bilhão, o 1º saldo positivo para julho desde 2006
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