O
Brasil avançou no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
em todas etapas de ensino, mas apenas nos anos iniciais do ensino
fundamental, do 1º ao 5º ano, cumpriu a meta de qualidade nacional
estabelecida para 2019. Os resultados foram divulgados hoje dia 15 de Setembro de 2020 pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep).
Medido a cada dois anos, o Ideb é o
principal indicador de qualidade da educação brasileira. Oíndice
registrado nos anos iniciais no país passou de 5,8 em 2017 para 5,9, em
2019, superando a meta nacional de 5,7 considerando tanto as escolas
públicas quanto as particulares. Nos anos finais do ensino fundamental,
do 6º ao 9º ano, avançou de 4,7 para 4,9. No entanto, ficou abaixo da
meta fixada para a etapa, 5,2. No ensino médio, passou de 3,8 para 4,2,
ficando também abaixo da meta, que era 5.
O Ideb é calculado com base em dados de
aprovação nas escolas e de desempenho dos estudantes no Sistema Nacional
de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O Saeb avalia os conhecimentos
dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O índice final varia
de 0 a 10.
O índice tem metas diferentes para cada ano
de divulgação e também metas específicas nacionais, por unidade da
federação, por rede de ensino e por escola. A intenção é que cada
instância melhore os índices para que o Brasil atinja o patamar
educacional da média dos países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em termos numéricos, segundo o Inep, isso
significa progredir da média nacional 3,8, registrada em 2005 na
primeira fase do ensino fundamental, para um Ideb igual a 6 em 2022, ano
do bicentenário da Independência. Para os anos finais do ensino
fundamental, a meta nacional é 5,5 e, para o ensino médio, 5,2. Esta é a
penúltima divulgação do Ideb antes do fim das metas previstas. A
próxima será em 2022, referente a 2021.
Desigualdades
Mesmo tendo cumprido a meta de 2019 e
estando muito próximo de atingir a meta nacional de 2021, até mesmo os
dados dos anos iniciais do ensino fundamental mostram que o país ainda
tem uma série de diferenças educacionais quanto analisados os dados
regionais, estaduais e municipais.
Na Região Norte, apenas 36,4% dos municípios
atingiram a meta para a rede pública, que concentra a maior parte das
matrículas na etapa de ensino. O que significa que cerca de seis a cada
dez municípios não atingiram a meta. Nessa região, apenas 4,9% das redes
públicas municipais têm um índice 6 ou maior. Na Região Sudeste, 73,9%
das redes municipais têm Ideb 6 ou mais. A maior porcentagem de redes
municipais com Ideb 6 ou mais está no estado de São Paulo, 91,3%.
O Ceará tem a maior porcentagem de
municípios que atingiram a meta do Ideb 2019 para as escolas públicas
municipais, de 98,9%, seguido por Alagoas, com 92,1%. Por outro lado, no
Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima,
Sergipe e Tocantins menos da metade dos municípios alcançou a meta
esperada.
As diferenças seguem pela trajetória
escolar. Nos anos finais do ensino fundamental, na rede pública, 631
municípios alcançaram ideb igual a 5,5 ou mais, maior nível considerado.
Um a cada três desses municípios está no estado de São Paulo. No outro
extremo, 373 municípios têm o índice até 3,4, o nível mais baixo.
Desses, 28,7% são municípios da Bahia.
No ensino médio, apenas 9,3% das escolas
públicas estaduais, que concentram a maior parte das matrículas na
etapa, têm Ideb 5,2 ou mais, nível mais alto considerado para a etapa.
Norte e Nordeste estão abaixo da média nacional com, respectivamente,
2,6% e 7,6% das escolas públicas com os maiores índices.
Municípios abaixo da meta
Com o avanço do tempo, as metas ficam também
mais ambiciosas e mais escolas acabam ficando para trás. No ano
passado, menos municípios conseguiram cumprir as metas sugeridas.
Considerando as metas para os anos iniciais do ensino fundamental para
as escolas públicas municipais, em 2017, 3,6 mil municípios cumpriram a
meta, o equivalente a 70%. Em 2019, esse número caiu para 3,2 mil, ou
62%.
Nos anos finais do ensino fundamental, 1,2
mil, o equivalente a 23% dos municípios conseguiram alcançar a meta para
2019 para as escolas públicas. Em 2017, foram 2,1 mil, o equivalente a
38,5%. Esses dados não foram disponibilizados para o ensino médio.
Avanços na escola pública
Embora o Ideb da rede pública seja, em todas
as etapas de ensino, inferior ao da rede particular, foi entre as
públicas que o ele apresentou mais avanços. Nos anos iniciais do ensino
fundamental, o índice passou, na rede pública, de 5,5 em 2017 para 5,7
em 2019, extrapolando a meta de 5,5 para o ano. Nas privadas, permaneceu
7,1, inferior à meta para essas escolas, que era 7,4 para o ano.
Nos anos finais do ensino fundamental, a
rede privada também manteve, em 2019, o Ideb de 2017, que era 6,4 e
ficou abaixo da meta de 7,1. Já as públicas passaram de 4,4 para 4,6.
Também não cumpriram a meta, que era 5.
O ensino médio foi a única etapa que
apresentou avanço também entre as escolas particulares, cujo Ideb passou
de 5,8 para 6. O índice ficou, no entanto, abaixo da meta, que era 6,8.
Entre as públicas estaduais, índice teve um aumento maior, de 0,4,
passando de 3,5 em 2017 para 3,9 em 2019. Mesmo assim, a rede estadual
ficou abaixo da meta 4,6.
Informações: Inep
Post: G. Gomes
Home: www.deljipa.blogspot.com
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