De
acordo com os levantamentos realizados pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (08/09), o Brasil deve
colher uma safra recorde neste ano.
Estimativas do 12º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Conab, apontam a produção estimada em 271,2 milhões de toneladas. O volume representa um aumento de cerca de 14,5 milhões de toneladas quando comparado ao ciclo anterior. Se confirmada, esta será a maior colheita já registrada dentro da série histórica de produção de grãos no Brasil.
Segundo a Conab, a colheita de soja está estimada em 125,6 milhões de toneladas, uma redução de aproximadamente 10% em relação à safra 2020/21. Isso ocorreu devido às altas temperaturas em importantes regiões produtoras, como as lavouras do Paraná, Santa Catarina e em parte do Mato Grosso do Sul. Essa condição climática adversa trouxe impacto severo nas produtividades, influenciando na queda da produção. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a queda registrada superou 50%.
A companhia aponta que, no caso do
milho, houve uma recuperação na produção total com uma colheita estimada
em 113,2 milhões de toneladas, o que representa um incremento de 30%
quando comparado com o ciclo anterior.
Outro importante produto, o algodão teve a produtividade parcialmente afetada pela seca em algumas lavouras, enquanto que a qualidade da pluma, que tem produção estimada em 2,55 milhões de toneladas, está muito boa devido ao clima. Já os produtores de feijão enfrentaram problemas climáticos em todas as 3 safras da leguminosa. Ainda assim a produção está estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas, o que atende ao abastecimento do país. No caso do arroz, o volume total a ser colhido diminuiu e está estimado em 10,8 milhões de toneladas. Dentre as culturas de inverno, a Conab projeta uma produção recorde para o trigo, podendo chegar a 9,4 milhões de toneladas.
O Levantamento da Safra de Grãos é realizado mensalmente pela Conab, sendo 12 no total. O boletim traz o monitoramento das condições de desenvolvimento das principais culturas do país: algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale.
IBGE
O 8º Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, também prevê uma produção recorde de cereais, leguminosas e oleaginosas. Nesse caso, a estimativa é de colheita de 261,7 milhões de toneladas, 3,3% acima da obtida em 2021, quando foram colhidos 253,2 milhões de toneladas de grãos.O Levantamento divulgado pelo IBGE fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. De acordo com o que foi levantado, a área colhida neste ano alcançou 73 milhões de hectares, 6,5% maior que a área colhida em 2021, o que equivale a 4,5 milhões de hectares a mais. Ainda em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 9,8% na área do milho, aumento de 17,7% na do algodão herbáceo (em caroço), de 4,7% na da soja e de 9,0% na do trigo.
Arroz, milho e soja são os três principais produtos produzidos no país. Somados, eles representam 91,5% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida este ano.
Ainda de acordo com o IBGE, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,8%, seguido pelo Paraná (13,2%), Goiás (10,3%), Rio Grande do Sul (9,8%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,5%), que, somados, representaram 78,7% do total nacional.
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